| Produção de conteúdo para Redes Sociais | crítica do filme "Agnus Dei"

Texto publicado no Instagram Filmes pelo caminho

Post simples

Aguns Dei acompanha a enfermeira francesa Mathilde (Lou de Laâge) que, durante o fim da Segunda Guerra Mundial na Polônia, descobre que as freiras moradoras de um convento vizinho foram estupradas por soldados invasores. Muitas delas estão grávidas. Apesar da ordem de prestar socorro apenas aos franceses, Mathilde começa a tratar secretamente de todas as freiras e madres. Ela deve enfrentar os julgamentos das próprias pacientes, que se sentem culpadas por terem violado o voto de castidade, e se recusam a ter o corpo tocado por quem quer que seja, mesmo uma enfermeira.

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São tantas camadas profundas tratadas em uma única obra que fica difícil de falar de forma resumida em um único texto.

De forma crua e realista, o roteiro trabalha as consequências físicas e psicológicas do estupro, e como este ato de violência afeta diretamente no sentimento de culpa das mulheres, principalmente as mais religiosas

Em contrapartida, temos a personagem Mathilde, uma enfermeira francesa que socorre em segredo as religiosas grávidas para abordar de forma pragmática a importância da quebra de paradigmas religiosos sobre o corpo feminino.

Ainda que Mathilde rejeite o modo de vida das freiras, e vice versa, nasce uma genuína e sincera amizade entre elas, uma vez que há união das diferenças em nome de um bem maior.

A diretora Anne Fontaine, conhecida por trabalhos de comédia fúteis, abre mão da sua zona de conforto para mergulhar de corpo e alma na trama.

Tecnicamente falando, Agnus Dei é um filme de luzes frias, enquadramentos clássicos e estáticos, ritmo contemplativo. Não há um único floreio estético, nenhum recurso melodramático.

Sem dúvida, uma obra que vale a pena assistir.